Suplicantes,
nuas,
duas mãos em prece
aguardando o milagre,
que acontece.
Uma coisa que não,
um quase-nada,
e os sonhos voltarão,
de madrugada...
Manuela Oracy
In Súbito
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Quase-Nada
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Gil Von Doellinger
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Quase não ouso escrever
Quase não ouso escrever
já disse tudo
articulo a voz pelo caminho:
inspiro a manhã
cintilo ao vento
solto-me ao passar pelo mundo.
Teresa Balté
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Quase Tudo
Este adeus à tarde sem me cumprir no dia,
este instante em que tento redimir
este vício de não saber partir...
Bastava fechar os olhos à memória
e perseguir a noite. Imensa.
Quase nada. Quase tudo.
E no entanto, se um gesto não se dobra,
se uma palavra tarda,
desfaz-se o último vestígio da paisagem.
Aurora Simões de Matos
In Uma palavra
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[preia-mar, quase poema]
aqui o poema tem praia para molhar os pés
e o poeta os dedos de água da asa da manhã
Pedro Sena-Lino
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terça-feira, dezembro 18, 2007
Quase
Perdi quase tudo por quase nada.
Ah, bendito quase, porque insistes em aparecer?
Quero viver sem quase, não quero quase viver.
Quero uma vida completa, nem que para isso tenha também que sofrer..
Quero amar, viver, sofrer, ser feliz plenamente.
Que eu perca tudo algumas vezes, e ganhe tudo muitas outras.
Cansei de ser quase em tudo.
Agora ou sou tudo ou sou nada, cansei desta história de quase.
E estou quase conseguindo.
Maitê Schneider
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quarta-feira, dezembro 12, 2007
Vivo sobre um fio...
Vivo sobre um fio de aranha esticado entre dois mundos paralelos.
Sou esse fio nesse lar de mentira
passo os dias entre o presente e o futuro condicional
do verbo maior de todos
O verbo que a morte não conjuga
Eu conjugo.
O verbo que me quer fazer um filho sem pecado,
de todos os meus filhos o mais amado.
O filho sonho.
Vivo este fio mentira caverna sombra esta lama esta luta esta lâmina aos pulsos da coragem tatuada
Tudo por um grito em que me evada sem a dor que me resta em cada cicatriz.
Levo a minha fauna para a terra dos sonhos.
Onde não se coma poesia não posso ser feliz.
Ana Rita Calmeiro
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Queria que me acompanhasses...
queria que me acompanhasses
vida fora
como uma vela
que me descobrisse o mundo
mas situo-me no lado incerto
onde bate o vento
e só te posso ensinar
nomes de árvores
cujo fruto se colhe numa próxima estação
por onde os comboios estendem
silvos aflitos
Ana Paula Inácio
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