Desejávamo-nos tanto e nem sabíamos.
Só o descobrimos quando sentimos necessidade
de sacudir o pó
de arrumar as gavetas
de levantar os tapetes
de estender a nossa nudez no chão de madeira corrida.
Ao mesmo tempo soltava-se o vento no berrar das ondas
e a areia fina desnudava-se sem recato
na berma do mar.
Soltava-se a minha e a tua liberdade
na folia da noite.
E o orvalho pousava sereno
nos seios da madrugada.
Adelaide Graça
terça-feira, janeiro 31, 2006
Desejávamo-nos tanto e nem sabíamos
Publicada por plim à(s) 16:13 3 comentários
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segunda-feira, janeiro 23, 2006
desilusão...
a desilusão entrou
na porta trancada
a duplicidade irrompeu,
entrou pela noite
inóspita de palavras brancas
escapou a saudade
dos pedaços de uma aventura
caídos de um corpo
o mar, chegou até mim
num silêncio impenetrável
e reconheci-te na sombra,
ao anoitecer
murmúrios envolventes
de promessas e desejos
um amo-te!
dito a cada instante
em horas somadas, perdidas
de noites seguidas
a desilusão entrou
e abriu a porta...
l.maltez
Publicada por lena à(s) 17:19 3 comentários
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sexta-feira, janeiro 06, 2006
MARÍTIMO
Os ventos são pequenos - nem gemido
de velas nem cordame de folhas.
Sentada num café, conjuro-lhes os cantos, elevo
os olhos como mastro
ao sol. Mas os ventos são poucos
ou os olhos humildes não bastante.
Que o cobertor de espuma se levante:
mesmo de enganos seja só um canto.
Leça da Palmeira, Salão de Chá da Boa Nova
Ana Luísa Amaral
Publicada por Teresa lucas à(s) 19:15 2 comentários
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