(.. .)
E o Porto de Herculano,
Como Lisboa é de Garrett.
Lisbôa em gêsso branco, o Porto em pedra escura,
Sobre os abruptos alcantís do Douro;
Esse rio que vem, de longe, solitario,
Cobrir-se de asas brancas de navios
E de negros canudos de vapores.
Encostados aos cais, depõem a férrea carga.
Outros, vão demandando a barra e o farolim,
Que dá uma luz, tão triste! em noites invernosas.
Distante, no poente, esfuma-se uma nodoa,
Em verdes tons fluidos que palpitam
Numa nevoa indecisa, vaga imagem
Da tristeza do mar pintada em nossos olhos.
Porto da minha infância!
A primeira impressão que me causaste
Tenho-a, cheia de espanto, na memória,
Cheia de bruma e de granito!
É uma impressão de inverno,
Sombra cinzenta, enorme, donde irrompe
Alto cipreste empedernido,
No meio de sepulcros habitados. (...)
Teixeira de Pascoais
terça-feira, fevereiro 21, 2006
Publicada por
Teresa lucas
à(s)
00:16
Etiquetas: Teixeira de Pascoais
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1 comentário:
Muito beloeste Poema.
Obrigada por no-lo relembar!
Maria mamede
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