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segunda-feira, novembro 28, 2005

a voz


Pressentindo
o desassossego da noite
a voz
indicou o caminho
isolou o rosto
diluiu memórias
esqueceu o nome
humedeceu o olhar
a voz
ergueu bocas
em beijos loucos
sabotou o canto das aves
juntou à alma o mar
a voz
espreitou pela janela
prendeu-se num raio de luz
navegou desejos
cicatrizou feridas
mas mais...
a voz
petrificou lágrimas
culpou a solidão
uniu dois corpos
e
a voz
deixou por fim
ouvir o amor

l.maltez

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