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sexta-feira, novembro 25, 2005

ESPERANÇA


Olhos, olhos gloriosos, olhos milagrosos, olhos radiosos
Corpo de criança, espírito de mulher
Sedutora fatal, sem querer mal aos homens que atrais
e que mais tarde destróis, alma de virgem, corpo de puta,
espelho da alma doce e triste, amarga e alegre cruz da tua vida, espinho do teu peito que te destrói a preceito, sem eito nem jeito, como uma boneca de cartão.
Luz no fundo da estrada, pedra no meu caminho,
alimento que mata porém alimenta,
pecado mortal mas nem menos sensual que a rosa do jardim.
Pequena de corpo, imensa de espírito,
Amor tu procuras, sexo tu consegues,
despeito te oferecem, tristeza tu encontras.
Amantes ciumentos, amantes perigosos,
amantes ruidosos, amantes fugazes que te usam e abusam,
te amam e te deixam, te prometem e te esquecem só pra te ter,
a ti e esses olhos de mulher,
a esse corpo de criança,
a essa alegria inocente,
a esse sorriso capaz de apagar as estrelas e esmorecer o sol,
a esse sorriso em cujos olhos brilham,
se não nos encandeiam ao menos nos devoram.
Nos devora corpo e alma,
saber e querer de noites fogosas e apaixonadas.
Amo-te! Com toda a força que o corpo deixa,
que as palavras exprimem, que o mundo aguenta.
Somos um, somos tudo, somos todas as coisas,
boas ou más, frias e quentes, doces e amargas, pálidas e coloridas.
Ignoras-me, não me reconheces, aproximas-te, afastas-te,
interrogas-te dos meus intentos, dos meus sentimentos,
do que quero, do que estou disposto a te dar.
Tudo! Dou-te a minha vida, o meu sangue,
a minha alma, o meu espírito.
Perco a cabeça, sofro como um condenado à morte em vida,
desespero pelos teus olhos, agarro-me à tua imagem,
imagino o teu sorriso, saboreio o teu espírito, sonho com o teu corpo.
Abraça-me! Beija-me!
Leva-me deste mundo vil e destrutivo, acolhe-me no teu universo, une-te a mim, sejamos um, não me abandones,
não me deixes no deserto da solidão, no sotão da tristeza.
Ama-me! Absorve-me!
Aguardarei...


Tiago Santos

1 comentário:

Gil Von Doellinger disse...

Tanto passado...
Tanto amor...
Tanto sofrimento...
Tanta utopia...

Tanta cegueira.

Vale a pena? ...Talvez, não sei.. Quer dizer, sei..