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segunda-feira, setembro 19, 2005

Ecloga

Sonhei contigo embora nenhum sonho
possa ter habitantes, tu a quem chamo
amor, cada ano pudesse trazer
um pouco mais de convicção a
esta palavra. É verdade o sonho
poderá ter feito com que, nesta
rarefacção de ambos, a tua presença se
impusesse - como se cada gesto
do poema te restituísse um corpo
que sinto ao dizer o teu nome,
confundindo os teus
lábios com o rebordo desta chávena
de café já frio. Então, bebo-o
de um trago o mesmo se pode fazer
ao amor, quando entre mim e ti
se instalou todo este espaço -
terra, água, nuvens, rios e
o lago obscuro do tempo
que o inverno rouba à transparência
da fontes. É isto, porém, que
faz com que a solidão não seja mais
do que um lugar comum saber
que existes, aí, e estar contigo
mesmo que só o silêncio me
responda quando, uma vez mais
te chamo.


NUNO JÚDICE

6 comentários:

Gil Von Doellinger disse...

Espero que não se note muito, e que não vos esteja a maçar, que gosto muito de Nuno Júdice. Se o façoé porque considero que cada poema dele é uma pérola que deve ser partilhada.

Anónimo disse...

Gostei . Acho que muitas mais pérolas vais aqui deixar. Fico a aguardar.
Soli__

lena disse...

Nuno Júdice impressiona-me pela pelo regime das imagens, pela sua força das figuras, deixando-me seduzir pelo imaginário, cada poema seu resiste pelo seu carácter único e irrepetível, sendo a poesia um jogo de palavras incessante.
obrigada por partilhares Nuno Júdice, poeta que acompanho, e que publicou o seu primeiro livro em 1972 "Noção dos Poemas"
fica um abraço meu
lena

DiAngellis disse...

são muito simpáticos por terem posto aqui poemas meus, um abraço!
Ah! E viva o Nuno, claro :)

Pecola disse...

Ai.. estas ausências da net têm.me feito mal. :) Se bem que a presença também se faça de silêncios.. :)

Quanto ao jantar.. Tens alguma página onde indiques quem já está inscrito?

Anónimo disse...

Eu não li absolutamente nada, mas se ver do Gil é disparate de certeza! :PP