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terça-feira, dezembro 13, 2005

Sem nada de meu

Dei-me inteiro. Os outros
fazem o mundo (ou crêem
que fazem). Eu sento-me
na cancela, sem nada
de meu e tenho um sorriso
triste e uma gota
de ternura branda no olhar.
Dei-me inteiro. Sobram-me
coração, vísceras e um corpo.
Com isso vou vivendo.


Rui Knopfli
Em Mémoria Consentida

1 comentário:

Anónimo disse...

Lindo este poema.