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sexta-feira, setembro 16, 2005

Se for para viver um amor

Se for para viver um amor
como se fosse o êxtase convulsivo
de cada aurora
o compulsivo movimento das ondas
saboreando as areias
a loucura quixotesca
convencendo ilusões
nos olhos descrentes
a primavera dos girassóis
proseada nos livros de cordel
o mel que brota
sementes de beija-flor.
Se for para viver este amor
hei de morrer primeiro
para tapar os bueiros da alma
rescindir os pactos
com o infortúnio
jazer prantos em covas esquecidas.
Se for para viver o teu amor
hei de aparecer renascido em ti.


Nídia Caldas

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