Aos deuses uma coisa se agradeça:
O sono. A vida esqueça
Já que não pode nunca ser feliz.
Por isso, com um rito definido
Encostemos a fronte ao travesseiro
E deponhamos como ante um juiz
O nosso anseio derradeiro.
Sim, o sono, o sossego, o não ser nada
A morte sempre ansiada
(...)
No sossego da fronte que repousa
Alheia a toda a coisa.
O apagamento, bem ou mal, de tudo.
Bernardo Soares
13/01/920
quarta-feira, setembro 14, 2005
Aos deuses uma coisa se agradeça
Publicada por
Gil Von Doellinger
à(s)
10:33
Etiquetas: Bernardo Soares
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