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quinta-feira, março 29, 2007

sentires



acordas junto à sombra dos sentires
perdido no movimento azebre,
fulguras da tristura ocasional
de um tempo passado
sem prazer.

suave na sua mudez,
a terra olha-te em silêncio.
escutas a voz do perigo
entre o bem e o mal,
consegues pousar
do lado da luz
no frio que te dá ordens

do coração saltam feridas
devoradas pelo infinito

já nada sentes
embriagado na música inaudível,
expeles do teu corpo uma seiva amarga,
e imploras para renascer
de um ventre sem rosto

aguardas na praia que a maré vaze,
encontro-te...

dou-te a minha mão!

l.maltez